sexta-feira, 9 de maio de 2014

The Book of Dreams...

"Há quem diga que todas as noites são de sonhos.
Más há também quem garanta que nem todas, só as de verão.
No fundo, isso não tem importância.
O que interessa mesmo não é a noite em si, são os sonhos.
Sonhos que o homem sonha sempre, em todos os lugares, em todas as épocas do ano, dormindo ou acordado."

(Shakespeare - Sonhos de Uma Noite de Verão)

O sonho é um portal desconhecido onde tudo é possível. Nossa vida é, em síntese, uma eterna busca pelos sonhos. É um caminhar constante e incansável. Eu acredito que tudo o que temos foi sonhado um dia. Esse é o primeiro passo. Ás vezes o sonho ficou tão distante que nem mais nos lembramos dele. Mas ele foi sonhado. Foi sonhado e desejado com toda a fé que um ser humano é capaz de depositar em algo inexplicável.

Sonhamos com a pessoa amada, a idealizamos da forma mais bela que a criação possa concebê-la. E o belo aqui, não é puramente estético, mas conceitualmente a união de diversas qualidades únicas, que enxergamos apenas no objeto no nosso amor. E como esse sonho nos cega deliciosamente para todo o resto que não seja a pessoa amada. Por um momento, o universo é desprovido de interesses e prazeres e nosso olhar só existe em uma direção. Nada mais importa e nada mais tem relevância. É um sonhar acordado, sentido em cada suspiro, em cada toque, em cada palavra ouvida através da voz mais doce do mundo: a outra. Perdemos o nosso poder de discernimento e de razão e de consequências. Mas o que importa? O que importa é que nos relacionamos cegos e impreterivelmente apaixonados. A paixão é simplesmente enxergar um "Deus" no outro.

Sonhamos, desde pequenos, com o futuro que a vida nos reserva. Sonhamos em crescer, amadurecer, nos apaixonar, em termos uma família, algumas vezes filhos, com uma vida confortável e uma velhice cheia de tranquilidade e sabedoria. Mas não sonhamos tudo ao mesmo tempo. Sonhamos em partes. Sonhamos sempre os sonhos mais próximos. Mas os sonhos se alimentam de fé. Sem fé, eles não passam de meros devaneios.

Somos compelidos a separar o sonho da realidade. No entanto, o sonho é uma pré-realidade. É a partir dele que a realidade se cria. Sem os sonhos, somos almas sem luz no dia e na noite, espíritos que divagam a esmo, sem razão de ser, apenas seguindo como as folhas soltas das árvores seguem o vento que passa.

A vida é fruto dos nossos sonhos. Por isso sonhe. Sonhe bastante. Não deixe de acreditar nunca. Sonhar é um exercício poderoso. Sonhar alimenta os homens e cria milhões de mundos. E tenha fé, pois a fé é uma crença em algo que "ainda" não se pode compreender. Mas o que é a compreensão diante do mistério absurdo que é a criação?

Bons sonhos!

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