sexta-feira, 9 de maio de 2014

Piscando os olhos...

Num piscar de olhos coisas acontecem. As coisas mudam de direção, pessoas vão e vem, o que hoje é incerto, amanhã poderá ser o certo.

Este é o primeiro post que escrevo da minha nova casa. No momento escuto Bach e suas toccatas. Não sou um fã de carteirinha de música clássica, mas Bach, Vivaldi e outros contemporâneos do período barroco me dizem algo. Gosto de músicas melódicas e Bach é melódico. Músicas com altos e baixos, finais apoteóticos não me aprazem. Em Bach, a próxima nota é sempre aquela mais adequada, sem sustos ou suspensões. Ela flui como o meu rio. Detesto ópera. Acho ópera uma uma coisa esganiçada e perturbadora. Apenas algumas árias são dignas de nota. Carmem, A Flauta Mágica, entre outras. Mas apenas as árias. Mesmo nas árias, Bach acertou na corda, mais especificamente na 4ª. Ária na 4ª Corda de Bach é um deleite.

Outro dia ganhei dois ingressos para a Sala São Paulo, em um concerto de câmara de cordas. Acho lindo cordas, violinos, violas e cellos, mas sou ignorante sobre música clássica. A música termina, ninguém bate palmas, daí você percebe que a música não terminou, terminou o primeiro ato dela. Só lá na terceira terminada é que o povo aplaude. Eles conhecem a sequência da obra, eu não. Eu apenas me delicio pelas cordas. Pelo som impoluto que vai subindo pela acústica do teatro.

Música é melodia. O resto é harmonia. Por gostar de belas melodias, por isso mesmo, desde criança, gosto de música New Age. Mas veja bem, não é aquele tipo de música que fica em um tom só pra você meditar. É música de alta qualidade, feita por músicos de alta qualidade, com melodias de alta qualidade. As gravadoras Narada e Windham Hill são um exemplo de como New Age pode ser belo e surpreender. Não tem nada a ver com som de passarinho, golfinho ou chuva caindo. É música boa e da melhor qualidade.

A música sempre me chamou a atenção. Desde os 8 o violão já me chamava encostado na parede de casa. Herança da época adolescente de minha mãe. Com o tempo, eu fui dando um novo sopro de vida ao instrumento empoeirado e virou meu companheiro inseparável por anos. Tenho que ter um violão por perto, mesmo que seja só pra sabê-lo estar lá. Preciso ouvir alguns CDs de violonistas de vez em quando. Parece meio que vitamina. Alimento de alma, entende?

Não sei se dá pra entender. Só quem mexe com algum tipo de arte entende o que a arte nos faz. Seja música, pintura, escultura, literatura, dança, enfim, qualquer expressão artística é alimento, é pão, é chão.

Eu acho que a arte existe para que possamos extravasar nossas loucuras, nossos medos, desejos, coisas que guardamos no fundo da alma e, que só através da arte, podemos explodir como um vulcão.

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