terça-feira, 1 de julho de 2014

Nossos pesadelos...

Às vezes é muito difícil viver, passar por todas as provas e experiências da vida. Talvez tenhamos de fato um propósito para estarmos aqui neste planeta. Eu de fato não sei, imagino que exista um. Ou vários. O fato é que quando parece que você já passou por tudo (ou quase tudo) vem algo maior ainda para testar sua resignação, sua força, sua capacidade de superação.

Como eu mesmo já disse e está escrito acima do meu perfil "Tudo o que eu escrevo é sempre uma meditação sobre mim mesmo". Rubem Alves. A gente escreve em blogs para extravasar, se virar do avesso, se expor. 

Enfim, tem dias que a gente acorda de saco cheio das coisas, das provas da vida. Dá uma vontade de dar um bico em tudo, de jogar a toalha, mandar tudo pra puta que pariu. Ultimamente vários dias são assim. Dá pra parar o mundo que eu quero descer? Acho que eu errei de mundo. Essa é a sensação de quem tem depressão. Inadequação. E pode tomar medicação à vontade, ela só te deixa anestesiado em um imenso torpor. Rivotril? Prozac? Mitarzapina? Lexapro? Sertralina? Lexotan? Etc.? Conheço todos. A milionária indústria farmacêutica. Inibidor seletivo de recaptação de serotonina, dopamina, e muitas "inas" ? Na verdade eles estão mais pra inibidores de sentimentos. Pois eles anulam o que você sente, seja bom ou mau. 

Pesadelos, lá no fundo cada um tem o seu. Todos tem seus medos. Depressão, te entopem de remédios pra você ficar entorpecido. Câncer, te entopem de químio pra destruir as células (boas e más). Os médicos não pensam em saúde, pensam em doença. Estudam doenças. 

Os disparates químicos do cérebro nos deixam em um estado de verdadeiro torpor. O mundo fica em preto e branco. O nome que eu dei para esse blog tem tudo a ver com isso. Errante Navegante. Aquele que navega à esmo, sem rumo, sem direção. Solitário. 

No passado, depressão ou suas variáveis eram nomeadas como melancolia. Talvez por ser a palavra mais próxima para descrever seu estado. Mas eu posso acrescentar várias. Solidão, inadequação com o mundo, perda de si mesmo, um fundo de mar abissal, isolamento e por último tristeza. Mas a tristeza aparente é apenas a ponta do iceberg. É o que aparece aos outros. O buraco é muito mais abaixo do nível do mar.

Até quando iremos viver só de remédios? Diante de tudo isso, de quem tem esse "mal do século", eu penso que só a medicina não nos trará respostas, só perguntas e anestesiamento. 

Quando vamos ter coragem de mergulhar no profundo mistério que somos nós mesmo? (Me pergunto a mim mesmo...)